sábado, 6 de dezembro de 2014

AS CONTRIBUIÇÕES DE FREUD PARA O DEBATE SOBRE EDUCAÇÃO E INIBIÇÃO INTELECTUAL  


          O texto intitulado os “Três ensaios para uma teoria da sexualidade (1905/1976a)” é um marco na obra freudiana devido ao seu caráter inovador que discute as nuances da sexualidade fora do campo moral. Irei considerá-lo também um marco teórico, pois é um texto que abre novas perspectivas de análise das questões relativas ao aprendizado ao entrelaçar o campo do saber e da sexualidade. Isto ocorre quando no segundo ensaio ele define o conceito de pulsão de saber, como descreve:
Sua atividade corresponde, de um lado, a uma maneira sublimada de obter domínio, ao passo que, de outro, ele utiliza a energia da escopofilia. Suas relações com a vida sexual, contudo, são de particular importância, já que aprendemos através da psicanálise que o instinto de saber nas crianças é atraído inesperadamente cedo e intensamente para os problemas sexuais e é, na realidade, possivelmente despertado de inicio por eles (Freud, 1905/1976a, p. 200).
          Tal pulsão tem como característica não ser um nos instintos fundamentais, mas estar imbricada na pulsão sexual e estar relacionada às pesquisas sobre a sexualidade. A partir desta conceituação, é possível perceber uma tentativa de Freud para contribuir com as questões relativas ao campo educacional, visto que ao longo do texto ele relaciona alguns problemas encontrados no campo educativo como sendo causados pela exclusão da sexualidade como parte do desenvolvimento da criança. A pulsão de saber teria como destino de atividade a sublimação, como uma tentativa de domínio sobre os impulsos sexuais e a escopofilia como fonte de energia.
          Além da pulsão de saber, outro componente que chama a atenção do autor, para aspectos relacionados à educação, é o papel desempenhado pelo período de latência. Após os anos de intensa investigação, a criança entra no período de latência que tem como função construir forças psíquicas que sirvam como limitadoras da tentativa de livre curso da pulsão sexual. Os efeitos deste período são comprovados na amnésia dos adultos em relação à fase da infância, na qual ocorrem as investigações sobre a sexualidade. Freud (1905/1976a) destaca que o papel da educação quando tenta limitar a ação da pulsão sexual, não seria um esforço válido, pois de uma forma espontânea a latência já teria como função restringir o fluxo da pulsão e fazer emergir o sentimento de vergonha, os ideais estéticos e morais entre outros. É possível perceber que no texto dos Três Ensaios, considerado um dos grandes alicerces da teoria psicanalítica, o papel da educação é limitado ao ensinamento de condutas sociais. Porém, destaco a relevância deste texto, pois à medida que Freud fortalece conceitos como o complexo de Édipo e da castração, a posição dele sobre a educação vai se tornando mais delimitada e a formação da neurose fica mais relacionada  à ela.
          Em “Moral Sexual Civilizada”, Freud (1908/1976b) discorre sobre os efeitos da repressão da pulsão sexual e as consequências para o sujeito. Embora o homem se diferencie dos animais através da possibilidade de sublimar os desejos sexuais e direcioná-los para outros fins, a saída sublimatória não esgota a energia sexual. Assim, toda a discussão entre Édipo, a sexualidade e a repressão levam Freud a tocar no tema da educação e nos efeitos dela para a subjetividade. O sujeito sai do complexo de Édipo pelo medo da castração e entra no mundo da cultura para enfrentar outras abdicações, a fim de preservar os laços sociais.
          Neste momento, Freud (1908/1976b) afirma que a educação tem o papel de limitar o auto-erotismo, para evitar que o sujeito se fixe nele e torne a pulsão sexual fora de controle. Embora a educação vise reprimir as pulsões sexuais, elas não desaparecem por completo, e continuam a existir, mas de forma ‘camuflada’. Assim, as medidas utilizadas pela educação para suprimir a energia sexual são consideras, por ele, como severas e produtoras de neurose, mesmo já havendo o reconhecimento da necessidade de certa repressão - para que a pulsão não saia das fronteiras toleradas socialmente.
          Ainda nesse texto, Freud (1908/1976b) expõe algumas considerações sobre a inibição no campo intelectual, contudo tais considerações estão carregadas de dúvidas dele diante da mulher, como ele já havia manifestado ao longo de suas considerações sobre o Édipo feminino. Em suas palavras:
A educação das mulheres impede que se ocupem intelectualmente dos problemas sexuais, embora o assunto lhes desperte uma extrema curiosidade, e as intimida condenando tal curiosidade como pouco feminina e como indicio de disposição pecaminosa. Assim, a educação as afasta de qualquer forma de pensar, e o conhecimento perde para elas o valor. Essa interdição do pensamento estende-se além do setor sexual, em parte através de associações inevitáveis, em parte automaticamente, como a interdição do pensamento religioso ou a proibição de idéias sobre a lealdade entre cidadãos fiéis (Freud, 1908/1976b, p. 182-3).
          Assim, Freud afirma claramente que a educação tem um papel fundamental na inibição do pensamento, pois a repressão da sexualidade traz como resultado uma debilidade do mesmo. Para ele, tal debilidade feminina não é fruto da formação biológica, mas sim da inibição do pensamento necessária à repressão sexual. Aqui, o autor faz uma relação direta de causalidade entre repressão sexual e inibição do pensar.
 Não acredito que a ‘debilidade mental fisiológica’ feminina seja conseqüência de um antagonismo biológico entre o trabalho intelectual e a atividade sexual [...]. Acredito que a inegável inferioridade intelectual de muitas mulheres pode antes ser atribuída à inibição do pensamento necessária à supressão sexual (Freud, 1908/1976b, p. 183).
          Posteriormente, no caso do pequeno Hans, Freud (1909/1976c) faz uma clara relação entre a capacidade intelectual e a curiosidade sexual ao afirmar que a precocidade sexual tem seu correlato na precocidade intelectual.
          Em seguida, ele (1910/1976d) escreve um artigo intitulado: “Leonardo da Vinci e uma lembrança da sua infância, no qual deixa claro o fator primordial, que leva o sujeito a querer saber sobre algo: o desejo de descobrir sobre a origem dos bebês ou sobre outro tema, é sempre de cunho sexual. A fim de que a pulsão sexual se transforme em atividade sublimada, é preciso que, inicialmente, as crianças pequenas atravessem a fase de intensas perguntas, que estão relacionadas ao interesse sexual, mas tais questionamentos nunca são feitas de modo direto. Após esse período, uma forte repressão sexual ocorre devido aos desdobramentos do complexo edípico, e então, Freud (1910/1976d) destaca três saídas para o fim das pesquisas sexuais.
          No primeiro caso, a curiosidade sexual fica inibida, bem como a autonomia da atividade intelectual que poderá ser afetada por toda a vida. Freud destaca que a educação pode proporcionar uma inibição do pensamento. A tal processo, ele denomina inibição neurótica, uma característica presente nas neuroses. É importante destacar a menção ao termo inibição que, em 1926, no texto “Inibição, Sintoma e Angústia”, aparece como uma limitação funcional do eu, ocasionada por uma tentativa de evitar a ansiedade ou por uma consequência da diminuição da energia psíquica.
          Numa segunda possibilidade, as pesquisas tornam-se uma atividade sexual, decorrentes da antiga associação entre curiosidade e sexualidade, e emergem do inconsciente de forma distorcida, sexualizando o pensamento. Assim como a curiosidade infantil é ilimitada, a saciedade pela busca de uma solução para as pesquisas intelectuais também é inalcançável.
          A terceira saída para as investigações infantis é a posição intermediária entre a inibição do pensamento e o pensamento neurótico compulsivo. Nessa modalidade, a repressão sexual existe, mas a libido consegue ser sublimada e se liga à pulsão de saber. Os desdobramentos do complexo de Édipo são fatores determinantes para a ocorrência de quaisquer destas saídas.
          É possível observar que a posição de Freud diante da educação até esta fase de sua obra é sempre de reconhecer a educação como primordial para o estabelecimento da neurose, na medida em que ela tem por função reprimir a sexualidade. A neurose aparece como resultado do conflito apresentado na primeira tópica entre consciente e inconsciente, entre a atividade da pulsão sexual e da pulsão de autoconservação. Após a virada metapsicologica dos anos vinte Freud (1920/1976e) restabelece a dualidade pulsional entre pulsão de vida e pulsão de morte e posteriormente (1923/1976f) formula a segunda tópica demarcando as noções de Eu, Supereu e Isso.
          No texto, “Inibição, Sintoma e Angústia” (1926/1976g), Freud parte da perspectiva de avaliar a função como fronteira que separa a inibição do sintoma apresentando os efeitos da nova perspectiva de organização psíquica formulada em 1923. Um ponto relevante nesta discussão sobre a educação e psicanálise, é a afirmativa de que as atividades intelectuais podem ser inibidas com o intuito de causar uma autopunição, evitando o conflito entre o ego e o superego. Contudo, este desdobramento entre as instâncias do ego, id e superego só são possíveis a partir do período de latência, no qual o complexo de Édipo se desfaz e o superego consolida-se, criando barreiras éticas e estéticas, além disso, a tentativa de satisfação sexual fica adiada até o ressurgimento na puberdade.
No texto a inibição é ligada à função do ego e é definida como:
No tocante às inibições, podemos então dizer, em conclusão, que são restrições das funções do ego que foram ou impostas como medida de precaução ou acarretadas como resultado de um empobrecimento de energia; e podemos ver sem dificuldade em que sentido uma inibição difere de um sintoma, porquanto um sintoma não pode mais ser descrito como um processo que ocorre dentro do ego ou que atua sobre ele (Freud, 1926/1976g, p. 111).
          Autores como Berlinck (Berlinck e Henckel , 2003) concluem que na inibição há, logo de início, um enfraquecimento do eu que evita as situações de conflito com as demais instâncias do aparelho psíquico (id e superego). No sintoma ocorre também um enfraquecimento do Eu, mas como resultado do processo de recalque. O enfraquecimento do Eu, que ocorre na inibição, está relacionado à formação dessa instância. Tal enfraquecimento é encontrado em algumas psicopatologias infantis, como é afirmado:
A inibição pode, então, estar relacionada a graves manifestações psicopatológicas, como o autismo, a psicose, a debilidade, pois estas apresentam-se com um Eu frágil em seu funcionamento pela sua constituição mesma. Tais manifestações indicam problemas na formação do Eu, desde a sua organização implicando um investimento inicial por um agente da função materna, até a construção de possibilidades de diferenciação desse outro. Tem-se, portanto, um Eu frágil no funcionamento pela sua constituição mesma (Berlinck e Henckel, 2003, p. 123).
          Esta relação entre a constituição do Eu e as psicopatologias da infância não é aprofundada por Freud, embora ele apresente algumas discussões entre inibição, sintoma e a relação parental ao falar de Hans e sua fobia (1926/1976g). Ao retomar as conclusões do caso Hans, Freud (1926/1976g) consegue ilustrar os efeitos da travessia edípica na formação do sintoma. Ao analisar a fobia apresentada pela criança, ele pôde desvendar o que caracterizava um sintoma e uma inibição. O medo de cavalos era o sintoma apresentado e a impossibilidade de sair às ruas, para não encontrar os animais, era a inibição que o ego impusera numa tentativa de evitar a irrupção da ansiedade. Na realidade, o quadro apresentado por Hans mascarava o conflito típico apresentado no Complexo de Édipo, a ambivalência entre os sentimentos de amor e ódio para com o pai. O impulso hostil pelo pai transformou-se em neurose quando foi transferido para os cavalos, através do sentimento de medo. Freud conclui que a formação sintomática, em última análise, visa evitar uma situação de perigo que gere ansiedade, tal perigo seria o medo castração, ou seja, a perda do objeto fálico investido libidinalmente pela criança.
          As discussões que Freud aprofunda sobre a inibição estão relacionadas ao Complexo de Édipo e o desejo de saber. Através da construção teórica sobre o Complexo de Édipo e a sexualidade Freud (1905/1976a) descreveu conceitos cruciais para pensar a relação entre inteligência e sexualidade, como: a pulsão de saber, a sublimação e o período de latência e o papel do superego.  Ao apresentar nos escritos sobre Leonardo da Vinci (1910/1976d) as três saídas para a curiosidade infantil: a inibição, a compulsão e a sublimação, ele apontou outra direção para compreender a debilidade mental. Tal direção seria a inibição da atividade intelectual e da curiosidade sexual ocasionada pela repressão.
Posteriormente, Freud (1926/1976g) definiu a inibição como uma restrição do ego, que é reconhecida por autores psicanalíticos (Lacan 1964/1998; Mannoni, 1991; Henckel e Berlinck, 2003) como originária de psicopatologias infantis, por exemplo, o autismo, a psicose e a debilidade mental. A discussão freudiana (1908/1976b) sobre a inibição girou em torno do desejo de saber, da sexualidade e da repressão ocasionada muitas vezes, pela educação.
          Sobre a educação, a postura de Freud mudou diversas vezes acompanhando as mudanças que a teoria psicanalítica sofreu. No início ocorreu uma crítica a postura repressora que a educação faz frente à sexualidade, o que propiciaria a neurose e a inibição (1908/1976b). Anos depois ele acreditou em medidas profiláticas na educação através da formação psicanalítica e da analise dos professores (1932/1976h). Contudo, nos últimos escritos de Freud (1937/1976i) já não havia mais a crença nas medidas educativas profiláticas. Educar retomava o lugar de profissão impossível ao lado de governar e curar. Assim, o conceito de pulsão de morte faz sentir seus efeitos na postura freudiana. A psicanálise poderia ajudar a educação a compreender a criança, mas não teria a pretensão de substituí-la. A partir das considerações entre sexualidade, inibição e educação Freud afasta a psicanálise dos demais saberes ao desconsiderar os limites entre normal e patológico e focar a análise das dificuldades partindo de cada sujeito, da singularidade como cada um é estruturado psiquicamente.
A REFORMA PROTESTANTE E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A EDUCAÇÃO MODERNA                
 
          No dia 31 de outubro de 1517, Martinho Lutero fixou nas portas da Igreja de Wittenberg, na Alemanha, as 95 teses contra a venda de indulgências. A data marca o início da Reforma Protestante e de um novo momento na história da humanidade.

          “Nenhum aspecto da vida humana ficou intacto, pois abrangeu transformações políticas, econômicas, religiosas, morais, filosóficas, literárias e nas instituições. Foi, de fato, uma revolta e uma reconstrução do norte”, afirma o escritor Eby Frederick.

          Na educação, os impactos foram determinantes. Na Idade Média, a igreja era a única responsável pela organização e manutenção da educação escolar. A partir do século 16, surgiram as nações-estados, que se opuseram ao poderio universal do papa e formou-se a classe média.

          O historiador e professor da Faculdade de Teologia da Igreja Metodista, Rev. José Carlos de Souza, explica que o comércio, a atividade pública e as próprias igrejas, entre muitos outros setores, possuíam demandas que requeriam cuidadoso preparo. Toda mudança social traz novos desafios.

          “Certamente, por essa razão, Lutero sentiu-se impelido para falar e se pronunciou de modo enfático sobre a necessidade das autoridades civis investirem na educação”, avalia o professor.

          Neste contexto, os movimentos da Renascença e da Reforma são precursores de profundas mudanças na concepção de ensino. “A educação começa a visar de modo claro e definido à formação integral do homem, o seu desenvolvimento intelectual, moral e físico”, conta o professor Ruy Afonso da Costa Nunes.

Cidadania - Martinho Lutero também estimula a criação de escolas para toda a população. Houve forte ênfase ao ensino para suprir as demandas da recém chegada sociedade moderna, com dimensões geográficas, políticas, econômicas, intelectuais e religiosas em transformação. 

          A contribuição da Reforma no contexto educacional é tamanha que, de acordo com o educador espanhol Lorenzo Luzuriaga, a educação pública teve origem nesta época. O movimento já estimulava a educação pública, universal e gratuita, para quem não poderia custeá-la.

          “A educação pública, isto é, a educação criada, organizada e mantida pelas autoridades oficiais – municípios, províncias, estados – começa com o movimento da Reforma religiosa”, afirma Luzuriaga.

          Em Aos conselhos de todas as cidades da Alemanha, para que criem e mantenham escolas cristãs, publicado em 1524, Martinho Lutero desafia a sociedade a promover uma educação integral. “Lutero queria todos os cidadãos bem preparados, para todas as tarefas na sociedade. Propôs uma escola cristã que visasse não uma abstração intelectual, mas a uma educação voltada para o dia-a-dia da vida”, explica o professor  Alvori Ahlert.

          O pastor luterano Walter Altmann comenta a referência de Lutero para o desenvolvimento da educação. “Rompeu com o ensino repressivo, introduzindo o lúdico na aprendizagem. Amarrou o estudo das disciplinas a um aprendizado prático. Também lutou por boas bibliotecas, dentro de sua ótica cristocêntrica”, revela Altmann no livro Lutero e a Libertação.

          “Pela graça de Deus, está tudo preparado para que as crianças possam estudar línguas, outras disciplinas e história, com prazer e brincando. As escolas já não são mais o inferno e o purgatório de nosso tempo, quando éramos torturados com declinações e conjugações. Não aprendemos simplesmente nada por causa de tantas palmadas, medo, pavor e sofrimento”, escreveu Martinho Lutero.

          A aprendizagem construiria cidadãos capacitados, honestos e responsáveis. Era exatamente esta a necessidade do novo modelo de sociedade que surgia na época. De acordo com o pesquisador Evaldo Luis Pauly a rápida divulgação de ideias e concepções por meio da imprensa descoberta por Gutemberg, também contribuiu para que as iniciativas de estímulo educacional crescessem.

Universidades - As mudanças e ênfases da Reforma estimularam o surgimento das instituições de ensino. “A história das universidades nos estados alemães durante os séculos 16 e 17 foi determinada pelo progresso da religião e é quase idêntica a do desenvolvimento da teologia protestante”, declara Paul Monroe no livro História da Educação.

          Nestor Beck diz que a Universidade de Wittenberg atraiu um número crescente de novos alunos, pela fama que passou a ter, entre os anos de 1517 a 1520. A Reforma Protestante deixou a concepção de que a ignorância é o grande mal para a verdadeira religião, por isso, superá-la é uma responsabilidade de todos. “O melhor e mais rico progresso para uma cidade é quando possui muitos homens bem instruídos, muitos cidadãos ajuizados”, dizia Martinho Lutero.

Expansão - O pensamento e o movimento protestante logo expandiram. A América do Norte, por exemplo, contou com a colonização de vários grupos protestantes, na chamada segunda reforma. O antropólogo e escritor Darcy Ribeiro afirma, no livro Universidade Necessária, que nos Estados Unidos o ensino superior “cresceu mais livre, democrático e fecundo”.

          As igrejas cristãs prevalecem no cenário educacional norte-americano no século 17 e início do 18. O professor Almiro Schulz explica que após a independência dos Estados Unidos em 1776 e a separação entre igreja e estado, houve uma ênfase ao ensino superior público, secularizado e sob controle do estado.

          “A igreja reagiu por meio da educação. As confissões, principalmente presbiteriana, batista, congregacional, metodista se lançaram no ensino superior”, conta o professor Almiro Schulz.

          De acordo com o pastor e professor metodista José do Nascimento a participação metodista na educação se deu, de maneira consciente, a partir de 1820, devido a alteração da legislação da Conferência Geral, que permitiu aos bispos nomear clérigos metodistas para a direção de instituições de ensino. No início, a ênfase do ensino metodista era rural, mas se voltou mais tarde para o ensino superior.

Educação Metodista no Brasil
- O professor metodista Elias Boaventura deixou informações importantes sobre a historiografia da educação da Igreja Metodista no Brasil. Em publicações ele declara que os missionários metodistas norte-americanos, que chegaram ao país a partir do final do século 19, foram portadores de um arrojado projeto de expansão religiosa, que incluía, de um lado, o trabalho de catequese e implantação da nova denominação, e do outro, a ênfase na educação.

          Em 1871, foi organizada a primeira Igreja Metodista do Brasil, em São Paulo, e, em 1881, foi fundado o primeiro colégio, em Piracicaba-SP, o Piracicabano, representando, de acordo com Boaventura, o marco inicial das atividades educacionais da Igreja Metodista no Brasil.

          “A iniciativa educacional logrou imediato apoio dos governantes, das elites políticas de tendência republicana, e de todos que viam no novo modelo, de inspiração liberal e iluminista, uma alternativa capaz de contribuir para o avanço do projeto educacional brasileiro”, afirmou Elias Boaventura.

          O projeto metodista de educação foi implantado e destacou-se pela qualidade oferecida. Um dos primeiros historiadores metodistas, James Kennedy, revela que em Piracicaba-SP, logo começaram a afluir as crianças para o colégio que em pouco tempo foi reconhecido como o melhor na cidade, sendo frequentado pelos filhos das melhores famílias.

          Além do Piracicabano, outras escolas como o Granbery, em Juiz de Fora-MG, o Bennet, no Rio de Janeiro-RJ, o Americano, de Lins-SP foram constituindo as marcas da educação metodista na região sudeste do país. No sul, instituições como o Colégio Americano, fundado em 1885 também propagaram o ensino identificado com pedagógico liberal.

          A professora do Centro Universitário Metodista em Porto Alegre-RS, Denise Grosso da Fonseca, explica que na década de 80, a Igreja Metodista do Brasil, autônoma desde 1930, passou por momentos de profunda reflexão, redefinindo muitos aspectos de sua vida e trabalho. “A educação, preocupação fundamental dos metodistas desde sua origem, teve suas diretrizes repensadas à luz da palavra de Deus, do Credo Social e do Plano para Vida e Missão da Igreja Metodista”, declara.

          A reflexão gerou o documento Diretrizes para a Educação, que foi aprovado pelo 13º Concílio Geral da Igreja Metodista, em 1982. O texto aponta que as práticas educativas devem ser norteadas por princípios que: desenvolvam consciência crítica da realidade; compreendam que o interesse social é mais importante que o individual; exercitem o senso e a prática de justiça e solidariedade; alcancem a realização como fruto do esforço comum; tomem consciência de que todos têm direito de participar de modo justo dos frutos do trabalho e reconheçam que, dentro de uma perspectiva cristã, útil é aquilo que tem valor social.

terça-feira, 7 de outubro de 2014

AOS POUCOS AS MULHERES ESTÃO CHEGANDO LÁ

  • 1. A mulher antigamente não recebia nenhuma educação, era ensinada apenas como cuidar da casa, do marido e dos filhos. Apenas no séc.XIX é que as meninas abastadas foram para as escolas.
  • 2. Muitas mulheres tiveram que se rebelar e enfrentar muitas barreiras para que hoje todas as mulher tenham direito a educação.
  • 3. Dês de então, em todos os níveis de ensino no Brasil as mulheres tem sido presença cada vez maior. É expressiva a participação das mulheres na docência de escolas e faculdades nos dias de hoje.
  • 4. A mulher teve um grande papel na evolução da educação, principalmente a infantil onde ela está mais presente, já que pelo salário baixo os homens não se formavam educadores, esse papel ficou para a mulher; o de ensinar e transmitir conhecimento as crianças.
  • 6. Nos dias de hoje onde o numero de mulheres formadas no ensino superior é maior do que a dos homens, muitas seguiram diferentes profissões, mesmo assim elas ainda tem o papel de educadoras do lar.

    REFERÊNCIAS

    http://pt.slideshare.net/EquipeR/consideraes-sobre-o-papel-da-mulher-na-educao

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

FILÓSOFOS














 
 
 
Immanuel Kant (Königsberg 17241804) foi um filósofo prussiano, considerado como o último grande filósofo dos princípios da era moderna.

 

 

 

 

REFERÊNCIAS

 

Sócrates



 

 

Platão



 

 

Aristóteles



 

 

Rousseau




 

 

Kant



 

PARTICIPAÇÃO DAS MULHERES NA EDUCAÇÃO E NA SOCIEDADE: MÚSICA




MÚSICA

MULHER, E DAÍ?(APENAS MULHER)
Composição: Gonzaga Jr.

E daí?
Pouco importa se você se importa
Ou se interessa ou não se interessa
É fim de conversa
Eu volto pra vida
Que deixei lá fora na rua
E daí
Vou sentindo a demora
De ver que o vulcão
Que o meu peito devora
Não teve a resposta
A contra-proposta
Da parte que é tua

Fui tua...e daí?

É uma pena
Que a moça não seja
De cama e mesa
Um bicho uma presa
Que depois de usada
Se guarda ou se joga
Na lata de lixo

E daí?
Eu sou uma mulher
Uma parte comum
De um jogo qualquer
Pra perder ou ganhar
Ou aquilo que for
Mas os dois com a mão na colher

E daí?
Digo a frase maldita
E pra mim pouco importa
Se você acredita
Eu te amo e não temo este amor
Já vou indo vou levando esta dor
Vou em paz
Pois não temo a dor de amar demais
E daí?!... 

PARTICIPAÇÃO DAS MULHERES NA EDUCAÇÃO E NA SOCIEDADE: TEXTO E POESIA


POESIA 

MULHER
Ilsa da Luz Barbosa

Você que busca no dia a dia sua

independência, sua liberdade, sua

identidade própria;



Você que luta profissional e 

emocionalmente, para ser 

valorizada e compreendida;



Você que a cada momento tenta ser a

companheira, a amiga, a "rainha do lar";



Você que batalha incansavelmente por seus

próprios direitos e também por um mundo

mais justo e por uma sociedade sem

violências;



Você que resiste aos sarcasmos daqueles

que a chamam de, pejorativamente, de

feminista liberal e que já ocupa um 

espaço na fábrica, na escola, na 

empresa e na política;


Você, eu, nós que temos a capacidade de

gerar outro ser, temos também o dever de

gerar alternativas para que a nossa Ação

criadora, realmente ajude outras

mulheres  a conquistarem
a liberdade de Ser...



TEXTO

A IMPORTÂNCIA DA MULHER NA SOCIEDADE
Gabriela Cabral

Enfrentando diversas discriminações e adaptações em relação aos “afazeres puramente femininos”, como cuidar de casa e da família, a mulher conseguiu superar suas dificuldades e ainda administrar seu tempo a favor de suas atividades, para que as questões familiares não entrem em conflito com questões profissionais e sociais. A mulher ainda é alvo de grande discriminação por aqueles que ainda acreditam que “lugar de mulher é no fogão” e por isso enfrenta o grande desafio de mostrar que apesar de frágil é ainda forte, ousada e firme na tomada de decisões, quando necessário.

A mulher tem marcado as últimas décadas mostrando que competência no trabalho também é um grande marco feminino. Apesar de ser taxada como sexo frágil, a mulher tem se mostrado forte o bastante para encarar os desafios propostos pelo mercado de trabalho com convicção e disposição. A fragilidade da mulher, ou melhor, a sensibilidade da mulher, tem grande colaboração nas influências humanas que se tenta propagar na atualidade, pois, como se sabe, o mundo passa por transformações rápidas e desastrosas que precisam de mudanças imediatas. A mulher consegue transmitir a importante e dura tarefa de mudar hábitos com a clareza e a delicadeza necessária para despertar o envolvimento de cada indivíduo e a importância da mudança de cada um.

O avanço feminino frente à política e à economia ainda mostra a força da mulher em perceber e apontar os problemas tendo sempre boas formas de resolvê-los assim como os indivíduos do sexo masculino, o que evidencia o erro de descriminar e diminuir o sexo feminino privando-o a apenas poucas tarefas (domésticas).

A realidade do crescimento do espaço feminino tem sido percebida pela participação da mulher em diferentes áreas da sociedade que lhe conferem direitos sociais, políticos e econômicos, assim como os indivíduos do sexo oposto.